O grande «vencedor» das recentes eleições presidenciais em Portugal, no fim de contas, foi a abstenção, que atingiu o nível mais elevado de sempre, nas eleições para Presidente da República. A elevada votação em Fernando Nobre, candidato apartidário com características muito próprias, vai também no mesmo sentido: generalizada frustração dos portugueses com o sistema político vigente.
A verdade é que a democracia apenas política, formal, só é credível se for meio, via, caminho para a democracia económica e social, a nível bem mais profundo da organização social.
Instabilidade, divergências insuperáveis entre as principais forças políticas, agitação social, crescente separação entre a chamada «classe política» e o comum dos cidadãos, parecem sintomas insuperáveis da sociedade portuguesa, cada vez mais mergulhada na incapacidade de decidir as grandes questões e na amargura duma complexada e deprimente ideologia portuguesa.
Pode colocar-se a seguinte questão: é viável, neste contexto, a permanência da democracia política em Portugal?
A resposta está dependente da compatibilidade da crise portuguesa com a permanência na UE. Ou por outras palavras: é admissível a permanência da ordem democrática enquanto o desempenho económico e social do País, embora insatisfatório, for compatível com a integração europeia de Portugal.
Sendo assim, poderia afirmar-se que os portugueses só poderiam manter-se «democráticos» na medida em que pudessem ser tolerados como «europeus». Mas, por outro lado, que apenas seriam «europeus» no receio de, uma vez mais, experimentarem a inviabilidade da democracia política.
Resumindo e concluindo: Portugal precisa urgentemente de encetar o caminho para a «Nova Economia», para tornar possível uma «Nova Política».
E vice-versa, claro!
Mário Murteira
A verdade é que a democracia apenas política, formal, só é credível se for meio, via, caminho para a democracia económica e social, a nível bem mais profundo da organização social.
Instabilidade, divergências insuperáveis entre as principais forças políticas, agitação social, crescente separação entre a chamada «classe política» e o comum dos cidadãos, parecem sintomas insuperáveis da sociedade portuguesa, cada vez mais mergulhada na incapacidade de decidir as grandes questões e na amargura duma complexada e deprimente ideologia portuguesa.
Pode colocar-se a seguinte questão: é viável, neste contexto, a permanência da democracia política em Portugal?
A resposta está dependente da compatibilidade da crise portuguesa com a permanência na UE. Ou por outras palavras: é admissível a permanência da ordem democrática enquanto o desempenho económico e social do País, embora insatisfatório, for compatível com a integração europeia de Portugal.
Sendo assim, poderia afirmar-se que os portugueses só poderiam manter-se «democráticos» na medida em que pudessem ser tolerados como «europeus». Mas, por outro lado, que apenas seriam «europeus» no receio de, uma vez mais, experimentarem a inviabilidade da democracia política.
Resumindo e concluindo: Portugal precisa urgentemente de encetar o caminho para a «Nova Economia», para tornar possível uma «Nova Política».
E vice-versa, claro!
Mário Murteira
Não diria que é inviável, até porque não tem sido praticada. Só depois de experimentada, em toda a sua plenitude, podemos dizer que uma coisa falha ou não serve. Se para existir democracia cada cidadão deveria ser político então ainda nos falta concretizar a democracia real.
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