Em Maio de 1968, estreou-se o filme do realizador norte-americano Stanley Kubrick, 2001 a Space Odissey. Vi o filme pela primeira vez em Londres, numa sessão da tarde em que, além do filme, pude observar interessados casais ingleses na companhia de seus filhos, ainda crianças. Esse ano e esse mês foram tempo de agitação estudantil em Paris, e recordo-me de respeitáveis professores britânicos, algo receosos, me perguntarem o que eu achava desses acontecimentos. A mim, vindo do provinciano Portugal de Salazar…
Anos mais tarde visitei com o meu filho Jorge, a aldeia de Bimbirim, a norte da ilha do Tarrafal em Cabo Verde, onde residia a comunidade da seita dos «rebelados», fechada de todo o contacto com o exterior e que acreditavam que o mundo acabaria em 2000. Como isso não tivesse acontecido, perguntaram-me «se o mundo iria acabar outra vez». Procurei tranquilizá-los.
Como cantava maravilhosamente a índia argentina Mercedes Sosa, Todo Cambia. Se tudo muda, que dizer da odisseia humana neste ano de 2011, tão diferente do que Kubrick imaginou para 2001, algumas décadas antes? E das utopias dos anos 1960, tal como da heresia dos rebelados de Bimbirim?
E, acima de tudo, para os que procuram manter viva a sua fé cristã, como fazê-lo em tempo de tão necessárias, desejadas, mas sempre adiadas, transformações na ordem económica existente? Afinal, mais dominada pela ganância mercantil do que pela solidariedade? Como fazê-lo sobretudo por práticas eficazes e conformes com os princípios cristãos e não por discursos moralistas mais ou menos hipócritas?
Na obra de Kubrick, o homem aparece sempre, em todos os tempos, perplexo, ao mesmo tempo fascinado e atemorizado, por um objecto insólito que não sabe explicar.
É preciso que a fé dos que acreditam num Cristo determinante na História humana não se torne nesse objecto insólito. Que seja descodificada pelos cristãos do Século XXI ao serviço, verdadeiramente, duma Nova Economia, que será também, necessariamente, uma Nova Sociedade.
Anos mais tarde visitei com o meu filho Jorge, a aldeia de Bimbirim, a norte da ilha do Tarrafal em Cabo Verde, onde residia a comunidade da seita dos «rebelados», fechada de todo o contacto com o exterior e que acreditavam que o mundo acabaria em 2000. Como isso não tivesse acontecido, perguntaram-me «se o mundo iria acabar outra vez». Procurei tranquilizá-los.
Como cantava maravilhosamente a índia argentina Mercedes Sosa, Todo Cambia. Se tudo muda, que dizer da odisseia humana neste ano de 2011, tão diferente do que Kubrick imaginou para 2001, algumas décadas antes? E das utopias dos anos 1960, tal como da heresia dos rebelados de Bimbirim?
E, acima de tudo, para os que procuram manter viva a sua fé cristã, como fazê-lo em tempo de tão necessárias, desejadas, mas sempre adiadas, transformações na ordem económica existente? Afinal, mais dominada pela ganância mercantil do que pela solidariedade? Como fazê-lo sobretudo por práticas eficazes e conformes com os princípios cristãos e não por discursos moralistas mais ou menos hipócritas?
Na obra de Kubrick, o homem aparece sempre, em todos os tempos, perplexo, ao mesmo tempo fascinado e atemorizado, por um objecto insólito que não sabe explicar.
É preciso que a fé dos que acreditam num Cristo determinante na História humana não se torne nesse objecto insólito. Que seja descodificada pelos cristãos do Século XXI ao serviço, verdadeiramente, duma Nova Economia, que será também, necessariamente, uma Nova Sociedade.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Os comentários estão sujeitos a moderação.