O Comité do Prémio Nobel de Economia justificou a atribuição de 2010 a Peter Diamond, Dale Mortensen e Christopher Pissarides pelo seu contributo para a compreensão do paradoxo da coexistência de elevados níveis de desemprego com uma oferta de emprego que fica por satisfazer.
Os premiados têm desenvolvido e formalizado em modelos econométricos uma teoria que procura responder a estas questões de fundo com que presentemente estão confrontados os governos dos países desenvolvidos, nomeadamente os Estados Unidos, o Japão e a União europeia:
- Pode a política económica influenciar o desemprego?
- Em particular, em que medida políticas mais generosas de subsídios de desemprego produzem efeitos perversos no mercado laboral?
Confesso não conhecer, com a devida profundidade, a teoria ou teorias defendidas pelos recém laureados, mas pelo que vou lendo descortino que a elas subjazem infundados pressupostos de excessiva confiança no papel regulador do mercado na esfera laboral. Será assim?
É assunto a aprofundar em futuros posts.
Desconhecia os laureados.
ResponderEliminarMas ao ler a reportagem do Público, tive a reacção "espontãnea" de que a relação laboral e as "relações laborais" (aqui, com o peso institucional associativo e jurídico) são muito mais amplas e complexas do que o "preço" e a barganha à sua volta. Reduzir o trabalho a um "custo" ou enfatizar isso quase em exclusivo não será eficiente em termos de gestão e até de política económica, pois implica desconhecer ou subalternizar o trabalho humano como "factor de desenvolvimento". Aliás há quem pense que o conceito de "mercado" de trabalho (e as orientações sociais e políticas que o manipulam) deve ser sujeito a uma crítica rigorosa.