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11 outubro 2010

Apologia do capital (?)

A crónica (no Público de hoje, 11/10) de Maria de Fátima Bonifácio com o título acima referido merece, pelo menos, o ponto de interrogação que acrescentei ao título, independentemente do facto de estar muito bem escrita.
Para mim, o principal problema da “apologia do capital” feita por M. Fátima Bonifácio está no antepenúltimo parágrafo do seu texto: “Eis duas coisas (liberdade e afluência – parêntesis meu) que, com as condições e regras devidas, o capital privado e o mercado colocam ao nosso alcance”.
De facto, a autora passa em silêncio (ou desvaloriza?...) que foi a falta de “condições e regras devidas” que estão na origem da crise desde 2007. O capitalismo dos ricos (“pessoalmente, prefiro os ricos”, diz Fátima Bonifácio) é o da ganância que a lógica do lucro (como objectivo máximo) levou à crise (obrigando Estados a acorrer em auxílio do sistema financeiro), alimentou-a e, pelos vistos, continua a alimentar.
Obs: isto não significa aprovação da União Soviética ou de Cuba.

1 comentário:

  1. Será que se pode falar da apologia do capital sem ter em conta o contexto da sua concretização na vida colectiva em todas as suas vertentes - economia, sociedade, cultura,política?
    Penso que não.
    Agradeço ao Cláudio Teixeira ter chamado a atenção para esta temática.

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