Têm-se multiplicado, nos últimos anos, as reflexões e tomadas de posição sobre o modelo capitalista e as suas notórias disfuncionalidades, a ponto de algumas vozes se interrogarem sobre o fim próximo do capitalismo. Ainda recentemente se publicou em português um livro de Bernard Maris intitulado O futuro do capitalismo que mereceu a apresentação do Prof. José Reis.
Não são de agora as críticas ao paradigma de capitalismo, ao conceito de empresa que lhe subjaz e ao mito do crescimento ilimitado e do efeito trickle down que traria a prosperidade para todos, pessoas e povos. Não obstante a solidez dos fundamentos teóricos e empíricos destas posições críticas, que cohecemos desde os anos 70, estas não passaram para a cultura dominante das grandes empresas nem para as suas práticas de gestão.
Assim sendo, é de assinalar o alcance de um recente manifesto assinado por quase 200 CEOs de grandes empresas transnacionais e gigantes financeiros de Wall Street no qual se afirma que o lucro e o primado dos accionistas não podem mais ser os únicos princípios que norteiam uma empresa.
Com essa declaração, os diretores executivos comprometem-se em liderar as suas empresas em benefício de todas as partes interessadas, a saber: empregados, clientes, fornecedores e toda a comunidade local de referência. Para além dos accionstas, todos os stakeolders devem ter uma participação equitativa no produto gerado pela empresa.
Stefano Zamagni, que é um defensor deste princípio, desde longa data, comenta este acontecimento num interessante artigo. Ver aqui.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Os comentários estão sujeitos a moderação.