Em 2019 celebra-se o
centenário da Organização Internacional do Trabalho (OIT), tendo o seu o seu
Director-Geral proposto que o tema de fundo comemorativo do centenário fosse um
debate sobre o “Futuro do Trabalho”. De acordo com a metodologia adoptada por
esta organização, a discussão do tema obedecerá ao espírito tripartido da OIT,
isto é, envolvendo os governos e os representantes dos empregadores e dos
trabalhadores.
Com a finalidade de
trazer a discussão para o interior de espaços privilegiados de produção de
conhecimento científico, foi lançado o desafio, que o Centro de Estudos
Sociais/Universidade de Coimbra e o escritório da OIT em Lisboa abraçaram, de
levar o debate aos estudantes universitários.
A Faculdade de Economia
da Universidade de Coimbra concordou em hospedar, logo em 2016, uma iniciativa
de simulação da Conferência Internacional do Trabalho, que envolveu 300
“delegados”, entre os estudantes das licenciaturas, mestrados e doutoramentos
daquela Universidade, que se colocaram na pele de representantes dos governos,
dos empregadores e dos trabalhadores.
O resultado do trabalho
realizado por estes estudantes foi publicado num livro, organizado pelo Professor
Hermes Augusto Costa[i].
Podemos por isso aceder não só à identificação pelos estudantes de alguns dos
principais problemas com que se defronta o mundo do trabalho, como também a
propostas concretas de solução.
Foram constituídos quatro comités, que abarcam uma diversidade de áreas: i) A macro regulação económica do emprego. Do
pleno emprego à plena empregabilidade? ; ii) Novas tecnologias: fim do trabalho ou fim do emprego? ; Trabalho desigual? Novas formas de
desigualdade e a organização do trabalho; iv) O futuro das relações do trabalho: direito ao trabalho e o direito do
trabalho.
Em qualquer destas
áreas, foram apresentadas as posições consensualizadas dos jovens que aceitaram
o desafio que lhes foi proposto, num momento de profundas transformações do
trabalho, cujos contornos futuros permanecem ainda imprecisos. Trata-se afinal
de mobilizar para a reflexão aqueles que se vão defrontar com os novos desafios
colocados ao trabalho e que vão ser os responsáveis pelos caminhos futuros a
percorrer. Torna-se por isso imprescindível escutar a sua voz.
[i]
“O Futuro do Trabalho em Debate. Simulação da Conferência Internacional do
Trabalho na Universidade de Coimbra”. Imprensa da Universidade de Coimbra, 2017
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