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12 dezembro 2015

A economia do futuro
A visão dos cidadãos, empresários e autarcas

 Com este título foi publicado, há cerca de um ano, um relatório com os resultados de um projecto de investigação promovido pela FFMS o qual procurou sondar a opinião dos cidadãos, empresários e autarcas acerca do que estas diferentes categorias de actores sociais pensavam sobre a economia do futuro.

O projecto enquadra-se numa corrente de estudos prospectivos que visam percepcionar como é que os diferentes actores sociais se posicionam face à necessidade, comummente reconhecida, de superar as consequências muito negativas e perturbadores da crise que, tendo tido o seu epicentro em 2007-08, despoletou, nos anos seguintes, o recrudescimento dos modelos económicos neo-liberais e a promoção de políticas austeritárias, dando origem a disfuncionalidades graves, designadamente quanto ao desemprego, ao aumento da pobreza monetária, à concentração da riqueza e agravamento das desigualdades, ao endividamento público e privado, à desindustrialização, ao enfraquecimento do estado social e da coesão social.

Por outro lado, é inegável que, no passado recente, se tem assistido a um prodigioso avanço no conhecimento científico e à sua tradução em inovação tecnológica, com impactos nos domínios da produção e comercialização de bens e serviços, na informação e comunicação, na organização da vida individual e colectiva.

A globalização da economia e a sua crescente financeirização lançam também, por seu turno, novos desafios para o futuro da economa.

É interessante registar aqui o que se escreve no início do sumário executivo do relatório final deste projecto:
Não obstante a sua diversidade, a generalidade dos inquiridos salienta a necessidade de uma transição para novos modelos de desenvolvimento socioeconómico, no sentido não só de ajudar a superar a atual crise mas também de evitar as externalidades ecológicas associadas ao modelo de crescimento económico prevalecente nas últimas décadas.

O estudo procura respostas para um conjunto de interrogações, que poderão contribuir para identificar obstáculos e potencialidades a ter em conta na definição de estratégias de mudança, nomeadamente as seguintes:

- Qual o grau de adesão dos portugueses às propostas apresentadas?
- Reconhecerão as distintas categorias de inquiridos a necessidade de modelos de desenvolvimento socioeconómico alternativos e mais sustentáveis?
- Em caso afirmativo, o que pensam sobre a natureza, a intensidade e as características dessa mudança, as prioridades a assumir em diversos domínios relacionados com a economia ou os instrumentos e os agentes mais relevantes para estimular a mudança desejada?
- O que estão dispostos a sacrificar em nome dessa mudança?

O estudo é baseado em amostras representativas de opinião de cidadãos, empresas e autarcas e tem por objectivo conhecer a visão que os portugueses têm da economia do futuro e como percepcionam o modo de a construir e, ainda, perceber se as atitudes e as opiniões expressas se associam a valores e a características particulares dos inquiridos.

O projecto foi coordenado pelo Professor João Ferrão e o relatório, que bem merece ser lido na íntegra, pode ser lido aqui.



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