Precisamos de um novo diagnóstico do mal que vem atacando os países da zona euro e, em especial, as economias mais vulneráveis e com dívidas públicas elevadas, e que se vem traduzindo em alarmantes níveis de desemprego, falta de investimento inovador, desigualdades acrescidas e pobreza, sem esquecer os impasses na defesa ambiental e na coesão social, com risco para a própria democracia.
Sem uma revisão crítica e em profundidade das análises correntes sobre a situação não se abrem caminhos de solução. O resultado é a insistência sobre as políticas de austeridade que, verdadeiramente, não resolvem a crise, antes a aprofundam e perpetuam.
Neste blogue já o temos escrito repetidas vezes e justifica-se que o façamos, uma vez mais, a propósito da apresentação do Plano de Estabilidade e Crescimento elaborado pelo Governo.
É, pois, com viva satisfação que lemos a entrevista feita a Mariana Mazzucato, professora na Universidade de Sussex, ontem publicada pelo DN.
São de salientar as suas declarações quando afirma que:
• Um diagnóstico errado conduz a um remédio errado e é por isso urgente começar por criticar os pressupostos em que assentam as narrativas correntes;
• É importante e urgente mudar a visão negativa que possa ter-se do sector público e inverter a degradação das competências inovadoras do sector público, dotando-o dos necessários recursos humanos devidamente qualificados e de instituições que promovam ainovação;
• O investimento público é um factor determinante para dotar as economias de dinamismos de inovação e de relançamento.
• Não basta adoptar políticas fiscais de incentivos ao investimento privado, este mais depressa seguirá o investimento público.
• Mais do que insistir em políticas redistributivas há que lançar políticas de criação de valor e sua repartição na origem.A entrevista na íntegra pode ler-se aqui.
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