A manifestação do passado sábado foi eloquente e mal andam os governantes, políticos e demais actores sociais que procuram esquecer o que viram e ouviram, no passado dia 15, pretendendo ignorar o grito uníssono de um povo na rua, clamando por um outro rumo para a economia e para a política.
Numa primeira análise, trata-se de um protesto veemente e amplamente participado de repúdio das medidas de política anunciadas (cortes de pensões e salários, taxa social única,…) as quais não só se consideram ineficientes em relação aos objectivos por elas visados, como injustas e concebidas ao arrepio dos mais básicos princípios éticos, como já se escreveu em post anterior. Aqui
Há, porém, que ir para além desta primeira leitura do que aconteceu a 15 Setembro. É que, sem o saber, por ora, explicitar e nomear, esta Manifestação lança, porém, um grito mais fundo – o reconhecimento de que estamos perante um modelo económico que carece de alternativa cuja construção não se fará sem uma participação mais esclarecida e empenhada da cidadania. As redes sociais como lugares de comunicação e de partilha de aspirações e saberes abrem caminho ao desenho de novas alternativas que importa acolher para superar a actual crise.
Alternativas que coloquem as pessoas (e não o dinheiro!) no centro da economia e da política.
Alternativas que, não subestimando os actuais constrangimentos financeiros, saibam contorná-los mas não deixem de lado a viabilização de objectivos claros de desenvolvimento dos recursos potenciais existentes, promovam o emprego e a criação de riqueza e assegurem a sua justa repartição.
Alternativas que coloquem no centro da atenção objectivos concretos de promoção do bem-estar dos cidadãos e cidadãs e dos seus respectivos territórios, que combatam a desertificação e o abandono e estabeleçam metas para os alcançar.
Alternativas, enfim, que substituam a arrogância dos poderosos pela indispensável empatia com o povo.
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