Só conhecendo as suas verdadeiras causas se poderão encontrar as soluções que permitam enfrentar a crise com que nos confrontamos. Foi este o pensamento que presidiu ao projecto do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra de criar um Observatório sobre a Crise, ontem apresentado ao público.
Dizer que, para bem agir, é indispensável um diagnóstico rigoroso e atempado, parece uma evidência. Aliás, em boa verdade, não nos têm faltado as análises académicas sobre os factores que estão na génese da presente crise, os indicadores acerca da sua evolução, as análises dos comentadores com a sua respectiva interpretação dos dados conhecidos.
O que falta, pois, não é mais um ponto de mira, a somar aos que já conhecemos.
O que falta é um olhar novo sobre a realidade, uma perspectiva que tenha presente uma visão da economia e da sociedade que rompa com os estereótipos das ideias feitas e os interesses instalados e se mostre capaz de dar voz às necessidades e aspirações das pessoas nos territórios onde vivem ou desejam viver, sem esquecer um objectivo fundamental de coesão social e prossecução de um bem comum que atravesse as fronteiras do imediato e saiba acomodar o futuro.
Por outras palavras, há que ousar retirar lições e aprender com a crise para, com melhor conhecimento, construir um mundo mais justo, mais desenvolvido, mais livre e fraterno.
Esperemos que o novo Observatório saiba inventar as ferramentas dessa construção colectiva e disponibilizá-las à academia e à sociedade.
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