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02 dezembro 2011

Algumas coisas sobre a “dívida” que você gostaria de saber e que porventura ainda não sabe

De entre um conjunto de países em que se incluem, a Alemanha, a Espanha, os EUA, a França, a Grécia, a Irlanda, a Itália, o Japão, Portugal e o UK, Portugal é o país que, em valores absolutos, possui a dívida externa mais baixa. A alemã é 10,5 vezes superior à portuguesa, a do UK é 18,3 vezes superior e a dos EUA 27,3 vezes superior.

Se em vez do total da dívida externa, tomarmos apenas a dívida pública, Portugal continua a ser o país com menor montante de dívida, seguido da Grécia, Espanha, UK, Itália, França, Alemanha, Japão e EUA.

É verdade que não tem muito sentido compararmos a dívida em valor absoluto mas, mesmo assim, não é totalmente despiciendo fazê-lo, já que por aí vai correndo a ideia de que a dívida nos PIGS (Portugal, Itália, Grécia e Espanha) ultrapassa todos os limites, o que pode levar muitos dos leitores a pensar que se trata dos valores absolutos.

Vejamos então indicadores mais sensatos como o da dívida per capita. Surpresa: a Espanha, a Alemanha, a França e o UK possuem dívidas per capita superiores à portuguesa; a Grécia, os EUA, a Itália e o Japão possuem dívidas mais baixas. No entanto, por ex., a dívida portuguesa é, apenas 8% superior à dos EUA; em sentido contrário, a da Alemanha, é superior à de Portugal, em 33%, a da França 74%, a do UK, 208%, etc.

Uma outra questão interessante é a de saber qual é o peso das dívida pública no total da divida externa: em Portugal é de 42%, na Alemanha é de 47%, na Grécia é de 66%, nos EUA é de 99%.

Tudo isto parece muito estranho, pelo menos quando comparado com a empastada informação que nos tem sido transmitida.

Tudo isto e muito mais pode ser encontrado aqui. Este aqui é a BBC.

Alguma da explicação para esta perplexidade poderá ser encontrada se, no sítio acima referido, formos ver quem é que possui a dívida de cada um dos países, nomedamente a dos PIGS.

Cá está o tal efeito “sistémico”!

4 comentários:

  1. Se já andava confuso agora ainda mais fiquei.

    Temos ou não temos dívida???

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  2. Claro que temos, como muitos outros países também têm e não vem daí nenhum mal ao mundo (ver posts anteriores)!
    Virá mal ao mundo se ela não fôr sustentável, isto é, se não formos capazes de a reembolsar, mesmo se, em valor absoluto e em valor relativo, ela é inferior à de outros países que até pensaríamos que não têm dívida.
    De uma coisa tenho a certeza: a capacidade de reembolso tem mais a ver com a riqueza que formos capazes de criar e menos com a redução do defice, público e privado.
    A continuarmos com as políticas de empobrecimento progressivo do país, que têm vindo a ser adoptadas, é que não chegaremos lá.

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  3. Ninguém questiona, e já se tinha falado nisso, que outros países têm dívidas. O problema é que a sua capacidade de gerar riqueza é infinitamente superior à nossa. O problema é que nós não geramos riqueza suficiente para colmatar as dívidas em que nos enfiámos (e poderíamos questionar se é assim tão salutar viver num sistema económico que está em permanente dívida, a bem de um progresso alicerçado não se sabe bem onde).

    No entanto, não se pode apenas dizer que temos de produzir mais. É imperativo também que gastemos menos. Portugal está em crise porque o seu Estado é um verdadeiro "monstro das bolachas", que come tudo o que lhe aparece à frente. Não há produção de riqueza que resista a este Estado. Assim, é preciso reduzir drasticamente as despesas do Estado, e isso faz-se com muitas das políticas que se estão a seguir agora. Nesse sentido, só é pena serem tão brandas com algumas áreas, como as parcerias e as empresas públicas.

    Só reduzindo a despesa do Estado poderemos pensar em tudo o resto. Enquanto continuarem todos a querer ganhar sem justificarem o que ganham, continuaremos por aqui ou pior...

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  4. É evidente que "não se pode apenas dizer que temos de produzir mais. É imperativo também que gastemos menos"

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