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19 outubro 2011

Orçamento 2012 - Ir além da vertigem do curto prazo

Por estes dias está aberto o debate em torno do projetado Orçamento do Estado para 2012. Já se conhecem as suas linhas gerais, os objetivos prioritários, as medidas preconizadas e o cenário macro-económico que lhes serve de enquadramento.

À margem do futuro debate parlamentar, cujas posições se antecipam, também a sociedade civil deve levantar a voz para questionar a proposta apresentada e a sua pseudo inevitabilidade e bom seria que o Governo tivesse a lucidez e a flexibilidade necessárias para escutar as vozes que denunciam os riscos dos trajetos escolhidos e para ponderar com inteligência outras alternativas.

Com alguma antecipação, pois à data não era ainda conhecida a proposta de Orçamento do Estado para 2012, a conferência Economia portuguesa: uma economia com futuro, realizada no passado dia 30 de Setembro, incluía nas suas conclusões esta advertência que vem muito a propósito:

Uma política económica útil e inteligente não é a que se limita a fazer a lista das restriçõem a  impor. A política económica não deve perder a noção de tempo. Deve distinguir o curto prazo do médio e longo prazo. Deve dar prioridade à reanimação da economia no curto prazo da recessão, para no médio prazo consolidar as condições da estabilização macroeconómica.

Se o entendimento que se tivesse alcançado acerca da economia portuguesa incluísse, para além da vertigem do curto prazo, uma noção aceitável do tempo necessário aos processos de reconstituição da economia e da sociedade quando estas são brutalmente afectadas, a vida seria outra… Teria sido possível admitir que essa política económica conhecia a ideia de “mudança estrutural”. As terapias acéfalas que matam o crescimento e ignoram a natureza estrutural do desenvolvimento não são respeitáveis nem respeitam as pessoas e as suas circunstâncias. A dimensão social é, tem de ser, um elemento intrínseco das políticas.

Ver texto completo das conclusões da conferência aqui

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